Já no segundo disco, Homem-espuma, as músicas não permitiam o encaixe de um violão de sete cordas ou um cavaquinho, mesmo que tocado de forma não convencional. Tais instrumentos estão ali, mas pouco se fazem ouvir, quase ocultos em um álbum de sonoridade eminentemente elétrica. A contribuição de Marcelo aos arranjos destaca-se muito mais quando ele está ao trompete.
No ano passado, Marcelo lançou um disco solo instrumental bastante experimental em que toca apenas o violão de 7 cordas. Em entrevista ao Blog do Pindzim à época do lançamento, ele declarou: "é difícil viabilizar tecnicamente o violão em meio àquele volume todo, procuramos criar momentos específicos para ele". E uma fatalidade veio a tornar estes momentos ainda mais raros. A morte de O Rafa representou, para a musicalidade do Mombojó, a perda de metade de seu componente 'erudito'.
O Rafa e Marcelo Campello - a dupla "erudita" do Mombojó
Após um recesso natural, a banda voltou aos palcos com uma formação em que Marcelo Campello assumiu um novo instrumento - uma guitarra eletro-acústica. É possível que limitado a este instrumento, pelo menos em apresentações ao vivo, e sem o seu parceiro de cadeira, Marcelo tenha visto os seus horizontes musicais cada vez mais estreitos dentro da perspetiva da banda. Daí a separação. Mas, por enquanto, a única conclusão certeira e definitiva é que se trata de mais uma perda inestimável para o Mombojó. Felicidades a quem fica e a quem parte.
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