domingo, 22 de julho de 2007

Noite de (diferentes) estréias no Canecão

Não foi uma noite memorável como se esperava. Ao contrário das expectativas provocadas desde o anúncio do show há alguns meses atrás, o que se viu no Canecão foram dois espetáculos desiguais costurados pelo desajeitado encontro final entre compositor e intérprete.

O devido reconhecimento a um grande compositor
Rodrigo Maranhão subiu ao palco ao lado de seus comparsas com a simplicidade habitual. O cenário composto apenas pelos instrumentos, dispensando adereços, jogo de luzes ou qualquer outro elemento que não tivesse relação direta com a música. A distorção que antecedeu o primeiro acorde sugeriu que ele começaria com "Caminho das Águas". o Um artifício para conquistar o público logo de cara. Mas não. Veio “Baião Digital”, música que dá nome ao show e estabelece o conceito musical de Bordado. Nem é exatamente um baião, muito menos digital. E o público foi sendo conquistado aos poucos, revelando a porção mineira do carioca de origens nordestinas que carrega o Maranhão no nome e o Brasil em voz e violão. A empatia entre músico e platéia seguiu uma curva ascendente que atingiu seu ápice em “Noites do Irã”. A poesia desenhando a melodia acompanhada pela sanfona de Marcelo Caldi fluindo macia sobre os seixos da percussão até a catarse na coda conduzida pelo ecoar do lamento triste na voz prenhe de emoção sobre o batuque dos tambores, acentuando a dor dos escravos da globalização. Naquele momento, cada um dos presentes na casa definitivamente se entregou de corpo e alma à música de Rodrigo Maranhão. Justamente na música preferida pelo seu pai, conforme ele revelou na estréia do show no Centro Cultural Carioca. Daí em diante, ele ficou mais solto, passou a conversar com o público, às vezes fazendo graça de si mesmo, fazendo do show uma celebração divertida.

A estréia no Canecão foi um evento natural para o compositor. Comportou-se como se estivesse em casa, com autoridade musical. Da primeira à última canção, Rodrigo mostrou uma obra digna da estatura do palco que o abrigava mesmo que o show tenha tido uma duração reduzida. A se lamentar apenas o constante vai e vem dos garçons da casa, talvez motivados por alguns freqüentadores mais interessados no gelo do seu uísque do que no show em si, atrapalhando a visão e, assim, comprometendo a perfeita fruição do espetáculo por parte da maioria.

Roberta Sá: Stage Fright
Roberta Sá entrou em campo com o jogo ganho de antemão. Esse parece ser um dom da cantora. Foi assim em sua estréia em disco, quando recebeu acolhida imediata por parte da grande imprensa e conquistou um público fiel e devotado, entre os quais se inclui o papa pop da MPB, Caetano Veloso. De fato, Roberta Sá tem uma bela voz, de timbre ao mesmo tempo potente e delicado. Construiu um repertório que mescla canções de compositores consagrados às de alguns dos melhores representantes da nova geração, valorizou o onipresente samba e pode-se dizer que é hoje a mais bem sucedida cantora entre as muitas que seguem esta linha. Braseiro foi mesmo uma estréia respeitável, com dois grandes achados - “Lavoura”, de Tereza Cristina e Pedro Amorim, e “Ah se eu vou”, de Lula Queiroga -, uma representante da unanimidade hermânica – “Casa pré-fabricada” – e um sucesso de novela das oito – “A Vizinha do Lado”.

Quando já se esperava o segundo disco, veio a notícia da estréia no Canecão. A produção caprichada com cenário e figurino inéditos, créditos de abertura animados no telão, direção de Pedro Luis e Bianca Ramoneda, criou um clima de show de lançamento não-oficial de Que belo e estranho dia para se ter alegria. A entrada com “Eu Sambo Mesmo” trouxe-nos de volta ao passado. Apesar da usual receptividade de seu público, Roberta não parecia muito a vontade. Se em espaços pequenos sua presença de palco mostrou algum progresso, na amplidão do palco do Canecão ela perdeu toda a espontaneidade arduamente conquistada. Parecendo seguir rigorosamente à marcação de palco dos diretores, executando movimentos ensaiados, cada gesto previamente coreografado, Roberta se entregou a uma interpretação à beira da dislexia. A concentração dividida entre a música e o cerimonial fez a apresentação mais fria e racional. Por vezes, a emoção da voz se perdendo no automatismo da movimentação cênica, distanciando a cantora do público, especialmente nas músicas novas. Nas velhas conhecidas de Braseiro, mesmo que houvesse um afastamento durante a execução, mais um gelinho no copo, um comentário aqui e ali tecendo elogios, palmas de acompanhamento que não sustentavam o ritmo e a intensidade sugerida por Roberta, inevitavelmente, no final, se dava a usual comunhão entre o público, com aplausos e apupos, e a artista, agradecida e feliz.

Até aí, nada que tenha feito do show um mau espetáculo, mas com certeza seria fácil aos seus inúmeros fãs, mesmo que admitindo somente na intimidade de um pensamento nunca verbalizado, lembrarem de apresentações muito mais intensas. O melhor do show foi ter conhecido algumas das músicas que vão estar no disco novo, que ela prometeu para agosto. Embora se configure como uma continuação de Braseiro, o repertório de Que belo e estranho dia para se ter alegria é bem menos óbvio e, por isso, representa um passo a frente em relação ao seu antecessor. No processo ainda não concluído de construção de uma identidade musical própria, Roberta dá mais um passo em direção ao samba.

“Alô Fevereiro”, ao contrário do que foi escrito no post anterior, seria melhor definida como um clássico obscuro. Ao primeiro verso reconheci o samba contagiante do pouco lembrado Sidney Miller. Pelo que se ouviu no show, a versão de Roberta deve superar àquela gravada por Dóris Monteiro no passado.

”Laranjeira” e ”Janeiros também são coisa da antiga. A primeira é um samba de partido alto - um refrão que se repete preparando a passagem para um possível improviso na segunda parte, como a água correndo para o mar. A segunda, assinada pela própria cantora em parceria com Pedro Luís é um típico samba-canção, o qual Roberta interpreta com uma impostação emprestada das cantoras da era de ouro do rádio.

A contida “Mais Alguém” faz ponte com a tradição baiana do samba de roda, mas também flerta com o axé e o samba reggae, uma síntese que só se encontra nas composições de Moreno Veloso, provável autor da canção. A letra versando sobre um amor rasgado, beirando o brega, sobre uma levada percussiva em emulação dissimulada dos tambores do Olodum.

Outros representantes da nova geração gravados por Roberta em seu novo disco são Edu Krieger, de quem escolheu “Novo Amor”, e Pedro Luís e Carlos Rennó com “Fogo e Gasolina” e “Samba do Amor e Ódio” e a já conhecida “Girando na Renda”, única que foi apresentada no show. O que deveria ser o ápice da apresentação, por acidente, proporcionou o maior constrangimento da noite. À entrada de Pedro Luis - mais um convidado especial além de Rodrigo Maranhão no cavaquinho, e Marcelo Caldi na sanfona -, a cantora se perdeu e emendou um verso errado. Corrigiu-se no seguinte e o show continuou. Não estivesse publicamente registrado, rapidamente se poderia esquecer. Menos evidente foi a entrada em tonalidades conflitantes das vozes de Roberta Sá e Rodrigo Maranhão no dueto protagonizado entre os dois em “Samba de Um Minuto”. A cantora foi obrigada a conter o seu alcance vocal adequando-o à voz pequena do compositor enquanto cantavam a primeira estrofe. Mesmo sem soltar a voz como faz em sua interpretação solo, ficou claro que o novo disco de Roberta traz pelo menos um clássico da música brasileira contemporânea.

Conhecidas muitas das músicas, resta agora aguardar o lançamento do disco para ver se a produção de Rodrigo Campello, que também produziu Braseiro, tenha sabido valorizar as vicissitudes de cada canção e o resultado seja menos homogêneo e pasteurizado do que o do disco de estréia e aponte um rumo mais claro à carreira de Roberta, que fuja à sombra de Marisa Monte. “Afefé”, de Roque Ferreira, gravada no disco Samba Novo na companhia do Trio Madeira Brasil, já mostrou que é possível.

domingo, 15 de julho de 2007

Rodrigo Maranhão e Roberta Sá no Canecão

Escute o que vou lhe dizer, um minuto de sua atenção por algumas horas de muito prazer musical. Nesta semana que se inicia acontece um dos grandes shows do ano no Rio. Em apresentação única, juntos e separados, Rodrigo Maranhão e Roberta Sá no palco do Canecão.

O compositor volta a apresentar o show do disco Bordado, pequena peça musical calcada em uma lírica permeada por uma brasilidade ancestral e na simplicidade dos arranjos eminentemente acústicos que revelam na íntegra a sensibilidade poética e musical de Rodrigo Maranhão. Rodrigo promete fugir ao roteiro do disco apresentando as novas "Negro Coração", de Chacal e Ricardo Barreto, e "Mantra", parceria entre Rodrigo e Pedro Luís. O compositor já figurou na tela deste blog em duas oportunidades. Para ler postagem sobre Bordado, clique aqui. Sobre o show de lançamento no Centro Cultural Carioca, clique aqui.

Enquanto o novo trabalho não sai, Que belo e estranho dia para se ter alegria deve chegar ao público no mês de agosto, a cantora Roberta Sá faz o show de despedida da bem sucedida turnê de Braseiro, seu disco de estréia. Para aplacar as grandes expectativas que cercam o lançamento do disco, a cantora deve apresentar em primeira mão a inédita "Janeiros", parceria da cantora também com Pedro Luís, e "Alô Fevereiro", canção obscura do esquecido Sidney Miller, compositor talentoso de carreira inconstante, da linhagem de Chico Buarque, que teve músicas gravadas por Nara Leão no fim dos anos 60.

Em noite de gala, a promessa de momento mais sublime fica por conta do encontro entre compositor e intérprete. Juntos eles vão cantar "Samba de Um Minuto", de autoria de Rodrigo, que faz parte do repertório de shows de Roberta e estará no novo disco. Merece toda a sua atenção, do primeiro ao útlimo minuto. A cobertura completa vc acompanha aqui.

domingo, 8 de julho de 2007

Nota dissonante: a música perdeu O Rafa

O primeiro impulso à notícia foi negar-lhe a credibilidade: o coração levou O Rafa. Ficou a flauta chorando notas em tom menor pela perda de um grande musicista. Maestro dos interlúdios de alta erudição popular na sonoridade eletro-híbrido-acústica do Mombojó. Sopros a acalentar a distorsão roqueira, as notas feito afluentes sinuosos a desaguar sobre o curso da canção. As vezes com o trombone, ocasionalmente um violão.

De memória busco lembranças de O Rafa no palco. Cadeira a cadeira ao lado de Marcelo Campello, parceiros no tocar dos instrumentos acústicos. Sempre reservado, quase distante. Ou concentrado, com os ouvidos atentos a espera da deixa para introduzir suas pequenas suítes? Penso que nunca compreendi o que se passava nas terminações nervosas por debaixo daqueles cabelos espigados. A armação quadrada dos óculos a dissipar-lhe o olhar. Uma voz que se abria somente em coro. O Rafa traduzia-se pela música, a melhor música. Aquela que não se explica nem é matéria que a morte pode levar.

Pindzim presta homenagam ao músico e à sua banda no traço destas linhas e na Tuba, trazendo de volta à primeira página o vídeo pioneiro: Mombojó com "Nem Parece".

domingo, 1 de julho de 2007

Entrevista: Thais Gulin

A melhor maneira de conhecer o trabalho de um artista novo é assistindo à sua apresentação ao vivo. No palco, a integridade musical de uma intérprete revela-se sem subterfúgios. A voz ecoa sem filtros. A presença de palco e a capacidade de conquistar o público são postas a prova. O arranjo das canções desnudam as sutilezas da produção em estúdio. Assisti ao show de Thais Gulin em sua estréia no Centro Cultural Carioca antes de ouvir ao disco de estréia da cantora e fiquei com uma boa impressão. Melhor ainda foi assisti-la na intimidade do Cinematèque Jam Club, colada ao público que lotava o pequeno espaço. Trata-se de uma intérprete em evolução, porém com uma identidade definida a partir do elemento fundamental para o sucesso de uma cantora: a voz.

A curitibana radicada no Rio de Janeiro trafega pela via larga das cantoras que casam a tradição da MPB consagrada de autores como Chico Buarque, Toquinho e Zé Ramalho às atualidades de compositores contemporâneos, como Zeca Baleiro. Porém, sua música se destaca pela escolha de músicas nada óbvias do repertório de tais compositores e, principalmente, por sua predileção pela obra de artistas marginais, embora não menos importantes, como Tom Zé, Jards Macalé e Arrigo Barnabé. Representando a nova geração desta linhagem "maldita", comparecem o pernambucano Otto e as paulistas Iara Rennó e Anelis Assumpção, do grupo Dona Zica.

A experiência como atriz no passado, mesmo que inconscientemente, foi um elemento fundamental para a escolha do repertório e, conseqüentemente, para a construção de uma identidade particular. O elemento catalisador da musicalidade de Thais é a sua voz. A força de seu trabalho provém das emoções que o seu canto evoca na interpretação de músicas cujas letras, no conjunto, se caracterizam por conter uma alta carga dramática.

No momento, Thais se dedica à divulgação do disco de estréia lançado no ano passado pela gravadora independente Rob Digital. Nesta semana, ela faz show em Paraty, onde acontece a FLIP. Em entrevista ao Blog do Pindzim, a cantora fala sobre o seu espaço no cenário atual da música brasileira, a concepção do disco e os efeitos da internet sobre a produção musical.

Pindzim: A música brasileira vive um momento em que muitas cantoras têm se destacado com trabalhos que unem a tradição de compositores consagrados às novidades de jovens compositores. Seu trabalho de estréia desenvolve esta linha. Neste cenário, qual seriam as particularidades de sua música e com quais outros artistas contemporâneos você se identifica musicalmente?
Thais Gulin: Eu me identifico e adoro a Monica Salmaso, Bjork, Mart'nália, Caetano, Tom Zé, Rumo, etc... Tenho ouvido muitos discos de música experimental também. Quanto a essa mistura de tradição e novidade, quando terminamos o disco, acabei achando o repertório bem atemporal, principalmente as canções dos compositores mais tradicionais. Me sinto absolutamente exposta nesse repertório.

Pindzim: Destaca-se no seu trabalho o repertório nada óbvio, com compositores de épocas e tendências diversas, mas que mantém uma unidade estética. De que maneira você chegou às músicas que compõem o disco?
Thais Gulin: O processo todo durou quase 4 anos. No começo o objetivo nem era gravar um disco. Eu queria descobrir na música o que seria mais pessoal para mim. Começou com a demo que gravei com o Fernando Moura (produtor do disco). Fomos testando e descobrindo as sonoridades, a direção dos arranjos, a formação. Duas músicas do demo estão no disco: "Hino de Duran" (com outro arranjo) e "A Vida da Outra (Dela) ou Eu" (com o mesmo arranjo do demo). Depois dessa demo, comecei a fazer shows no Rio e o repertório foi se formando. Era um entra e sai de músicas... "Cedotardar", "Cinema Incompleto" e "Cisco" entraram só na época da pré-produção do disco. E "78 rotações" entrou quando o disco já estava quase todo gravado. Eu tinha pedido "Movimento dos Barcos" (também do Jards Macalé e do Capinam) a um amigo e ele mandou a música com esse título, mas a que estava lá era "78 rotações". Adorei o acaso, adorei a canção, fechava bem o conceito do disco. E ficou assim.

Pindzim: Você assina duas músicas do disco, "A Vida da Outra (dela) ou eu", parceria com Rogério Guimarães, e "Cinema Incompleto (Núpcias)", com Arrigo Barnabé. Como funcionou o processo de composição nestas duas músicas e qual a sua participação em cada uma delas, letra, melodia?
Thais Gulin: Letra. Na "Vida da Outra" fiz primeiro a letra, o Rogério fez a música e depois ainda acrescentamos juntos uma segunda estrofe. No "Cinema Incompleto" eu letrei a música já pronta do Arrigo.

Pindzim: Como tem sido o trabalho de divulgação do disco? Em quais cidades você já se apresentou e quais serão os próximos passos?
Thais Gulin: A divulgação do trabalho se deve quase totalmente à imprensa e às rádios. Quanto aos shows, o primeiro lançamento foi no Guairinha (Teatro Guaíra) em Curitiba, depois fizemos uma temporada, no Centro Cultural Carioca. Fizemos Cinematheque, Letras e Expressões, Modern Sound e outras casas, ainda no Rio. Esse mês, teve mais uma temporada no Centro Cultural Carioca. No final de semana passado foi o lançamento aqui em São Paulo, no Sesc Vila Mariana e ainda fizemos um pocket show na Livraria da Vila. Na semana que vem (quinta-feira), vamos nos apresentar na FLIP em Paraty (no Che Bar). Esse ano, ainda quero fazer o lançamento em Belo Horizonte, Porto Alegre, voltar a Curitiba e fazer uma temporada em São Paulo.

Pindzim: Nos shows, você tem recebido convidados como Nelson Sargento, Otto e Jards Macalé. Você já os conhecia ou conheceu-os em decorrência de ter gravado canções destes autores no disco?
Thais Gulin: O S. Nelson, eu conheci num show que fiz no Teatro do Planetário há uns 3 anos. Eu cantava "Homenagem ao Mestre Cartola" e o convidei para fazer uma participação nessa música. Mandei o demo para ele, ele gostou e topou fazer. Nesse show acabamos cantando também "De Boteco em Boteco" - foi quando essa música entrou no repertório. O Otto, tínhamos uma amiga em comum e nos conhecemos no aeroporto de Congonhas, há uns 2 anos. O Macalé, foi só depois do disco. Mandei a ele, ele curtiu e, mais tarde, veio a participação. É sempre uma surpresa cantar com os autores, porque você passa tanto tempo cantando aquela música, com uma certa visão, e de repente entra quem escreveu e desconstrói tudo. Abre uma outra perspectiva.

Pindzim: Para você, qual a importância da internet como meio de divulgação para o seu trabalho, através de mp3 e sites como myspace e youtube? Por vezes pode ser um instrumento sobre o qual o artista não tem controle, como quando um fã disponibiliza o disco em mp3 ou posta um vídeo sem prévia autorização. Você encara esses aspectos como negativos?
Thais Gulin: Não. Não dá para ignorar a presença da internet e querer que tudo seja como antes. Ela não existe para ter limite e é um espaço difícil (ou impossível) de ser regulamentado e controlado. O mercado ainda não se adaptou a isso e ninguém apareceu com uma resposta. Além de que muitos discos que estão na rede, não estão nas lojas. É ruim que baixem sua música de graça? Um disco onde foi investido tanto trabalho e tanta verba? Por esse lado, sim. Mas, não é bom que cada vez mais pessoas conheçam a sua música? Sim. Então, enquanto não houver uma solução com a qual todos fiquem felizes, vou sempre preferir que cada vez mais pessoas tenham acesso ao meu trabalho. De qualquer maneira, eu adoro um bom encarte de cd. Mais ainda, uma capa de disco de vinil. :-)