quarta-feira, 26 de agosto de 2009

Pedro Sá e Domenico juntos, hoje, em show inédito

Uma guitarra, uma bateria, e o que será que será que Domenico e Pedro Sá vão estar fazendo hoje a noite? Pra quem quiser descobrir, fica a dica.

segunda-feira, 24 de agosto de 2009

Pelas Tabelas Gemal e Pontual no Youtube

O Pelas Tabelas com Carlos Pontual e Raphael Gemal é o segundo a cair na rede. Colegas na faculdade de música da UniRio nos anos 90, eles são contemporâneos de Edu Krieger, Pedro Holanda, Rodrigo Maranhão e Rubinho Jacobina. Todos juntos, chegaram a formar um grupo de compositores que chegou a fazer algumas apresentações no Rio com o nome de Mafuá, hoje uma lenda. Esta e outras histórias são contadas pelos próprios nas quatro partes do programa que podem ser vistas abaixo.

Pelas Tabelas Carlos Pontual e Raphael Gemal - Parte 1


Pelas Tabelas Carlos Pontual e Raphael Gemal - Parte 2


Pelas Tabelas Carlos Pontual e Raphael Gemal - Parte 3


Pelas Tabelas Carlos Pontual e Raphael Gemal - Parte 4

sexta-feira, 21 de agosto de 2009

Deu no New York Times e Otto virou um sucesso instantâneo

Está em todos os principais veículos de mídia online: Otto tem matéria elogiosa publicada no New York Times, onde é definido como um "Moby das terras de dentro". Sobre o disco novo que está para sair e ainda não tem distribuição garantida no Brasil, poucas ou nenhuma palavra. Provavelmente, porém, ganhará a devida atenção depois de ter recebido a chancela do diário americano quando for lançado no Brasil.

Otto faz pose para as lentes do New York Times

Pautado pelo imediatismo descartável da torrente informativa, nossa grande mídia online deixou passar em branco as duas músicas de Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos que podem ser ouvidas na página onde se lê a matéria de Larry Rother, ex-correspondente do jornal do Brasil que entrou em polêmica com Lula ao noticiar seu gosto por tomar umas e outras. Aliás, é certo que os jornalistas virtuais que assinam seus textos pela corporação como se fossem programados por código binário, uma nova classe profissional a que a denominação perfeita seria a de reprodutores da informação, mostra que não passou do primeiro parágrafo da reportagem, gênero ao qual eles não estão habituados a exercitar.

Mas estão lá "Janaína" e "Saudade". A primeira versa sobre orixás do candomblé em cima de uma base de guitarra rítmica que acompanha a marcação da bateria de Pupilo, coprodutor do álbum. Um saxofone pontual preenche o arranjo fazendo contrapontos melódicos ao vocal de Otto e as vezes abre espaço para elegantes solos de guitarra.

A segunda é mais tranquila, com percussão discreta e uma guitarra chorosa, e é representativa da "melancolia eperançosa" da qual Otto fala em uma video-reportagem no Facebook . Enquanto o anterior "Sem Gravidade" fora feito sob a égide da descoberta do amor Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos capta o momento turbulento da separação - há menções veladas, algumas mais outras menos explícitas ao fim do casamento com a atriz Alessandra Negrini - e versa sobre a dor e a delícia de se estar só. "Na vida tudo pode acontecer / partir e nunca mais voltar. / Como um bom barco no mar, eu vou, eu vou", canta Otto.

Só, mas nem tanto. No disco novo, Otto tem a companhia da mexicana Julieta Venegas em duas faixas e a de CéU em uma. Aliás, por estas duas faixas disponibilizadas pelo NYT, o novo trabalho apresenta-se como um primo de Vagarosa: caprichosamente produzido, sem pressa, com letras simples, que tratam do amor, da natureza e de entidades da cultura popular brasileira. Além disso, ambos saíram antes nos Eua e tiveram a participação de músicos em comum, como Fernando Catatau e do supracitado Pupilo.

A própria CéU reconhece o fenômeno magistralmente definido por Nelson Rodrigues como complexo de vira-lata. Se o trabalho repercute antes lá fora, ganha ressonância muito maior aqui. "Uhhhh, vira-lata / não me importa / quem tu és..."

Não se pode, porém, culpar os reprodutores da informação. No infinito universo da web o que lhes sobra de notícias instantâneas, falta-lhes de referências.

quinta-feira, 20 de agosto de 2009

Curumin toca Cangote em show na França

Esse é tirado do blog oficial da Céu, do qual falamos na postagem anterior. Depois de tocar "Compacto", Curumin emenda uma versão reggae roots de "Cangote", do recém lançado Vagarosa, de Céu e ainda explica o que vem a ser cangote. Difícil é que os franceses tenham entendido, afinal ele se dirige ao público falando inglês: "now I'm gonna sing song from a singer from Brasil called CéU". Mas o que vale é o som, e este ficou massa.

Céu agora tem um blog oficial

Entrou no ar ontem o blog oficial de CéU, como a própria anuncia no vídeo abaixo:

quinta-feira, 13 de agosto de 2009

Copo de Espuma é o novo disco de Isaar

Patrocinado pelo Projeto Pixinguinha, da Funarte, vem à luz agora Copo de Espuma, segundo disco da cantora e compositora Isaar, ex-Comadre Fulozinha e Orquestra Santa Massa.

As três músicas que podem ser ouvidas no Myspace mostram que o disco é uma continuação de Azul Claro (2006), o primeiro. As composições versam sobre temas da natureza e a base musical vem das tradições pernambucanas, incrementadas por baixo, guitarra e baterias discretas, bem colocadas, deixando a bela voz da cantora em primeiro plano.

Ao todo são dez músicas, seis de autoria de Isaar, quatro delas em parceria com integrantes de sua banda, e duas regravações: "O Circo do Palhaço sem Futuro", do Cordel do Fogo Encantado, e o frevo "É de Amargar", de Capiba. Entre as participações especiais do disco, Fred 04, do mundo livre s/a e Alessandra Leão - que no momento também grava o seu segundo disco - comparecem tocando cavaquinho e pandeiro respectivamente na faixa-título "Copo de Espuma".

No próximo sábado, dia 17, no Sesc Petrolina, tem início a turnê de divulgação do disco em Pernambuco. Veja abaixo todas as datas já confirmadas:

17 de Agosto - Sesc Petrolina
27 de Agosto - Sesc Caruaru
28 de Agosto - Sesc Arcoverde
29 de Agosto - Sesc Triunfo


As faixas de Copo de Espuma:

1. Copo de Espuma (Isaar)
2. Olho d’Água (Isaar e Lito Viana)
3. Caminho da Tarde (Isaar)
4. Preta Cirandeira (Saúde e Nery)
5. Olhos de Dendê (Isaar e Gabriel Melo)
6. Onda vem, Onda vai (Isaar e Lito Viana)
7. Ode Marítima (Poema de Fernando Pessoa. Musicado por Lito Viana)
8. Palhaço do Circo Sem Futuro (Lirinha e Clayton Barros)
9. A Fuga do Cangaceiro (Isaar, Gabriel Melo, Lito Viana e Sid3)
10. É de Amargar (Capiba)

domingo, 9 de agosto de 2009

Otto entre o físico e o virtual - o dilema de uma geração

É cada vez mais comum que discos de artistas brasileiros sejam lançados no exterior antes de saírem aqui. Não faz grande diferença, pois, praticamente ao mesmo tempo, acabam chegando via mp3, muitas vezes disponiblizados pelos próprios músicos, e só depois são lançados em seu formato físico, sem prejuízo, mas também sem lucro.

Assim será com Certa Manhã Acordei de Sonhos Intranquilos, quarto disco de Otto. Com lançamento previsto para 1º de setembro, nos Estados Unidos, pelo selo Nublu, ainda não há distribuição garantida por aqui. Conforme contou em conversa na palteia do show do Los Sebozos Postizos na última sexta, no Rio, o disco deverá ser lançado no Brasil pela Rob Digital. Como o acordo ainda não está fechado, a data é incerta. Em previsão otimista, acredita que saia em outubro.

Ano passado, com o disco finalizado, mas sem a estrutura de uma gravadora ou de um selo de distribuição por trás, Otto chegou a anunciar que utilizaria uma plataforma digital para distribuí-lo. Acabou desistindo, em parte por falta de uma alternativa eficaz, capaz de alavancar sua divulgação, mas também por ter surgido a proposta da Nublu. O cd é o última ponta de toda uma cadeia que se desmanchou e da qual alguns nem chegaram a fazer parte, mas ainda faz sentido para a geração atual, que, com lançamentos sensacionais, vem fazendo de 2009 um ano histórico para a música brasileira (assunto para ser tratado a fundo em outro texto).

Otto em apresentação no Studio SP no ano passado adiantando uma canção do novo disco


Poucos conseguem explicar esse paradoxo: por que ainda há a necessidade do lançamento físico do cd? A resposta deve vir das demandas do público, essa entidade híbrida e cada vez mais abstrata. Lucas Santtana acaba de lançar Sem Nostalgia em duas frentes. Primeiramente, disponibizou o cd completo para download, com capa, encarte e boa qualidade sonora (320 kbps), que agora chega às lojas.

Lucas já assinou o atestado de óbito do cd, falta apenas preencher a data. E vai além: não é apenas a mídia que está migrando do formato físico para o virtual. Mas também o público. A lógica é a seguinte. Se a música pode estar acessível em qualquer lugar, através de um computador e um mp3 player, parte do público de um artista é também "imaterial". Existem fãs que jamais comprarão o cd ou irão a um show, seja por falta de interesse ou impossibilidade, embora possam ter a obra completa, faixas remixadas, participações especiais em discos de outros músicos, tudo organizado em arquivos digitais de som e imagem no próprio computador ou ao alcance de um clique em sites e blogs na internet. Paradoxalmente, esses mesmos fãs imateriais podem estar mais próximos dos músicos que admiram, fazendo contato via Myspace, blogs, sites oficiais, etc, do que aqueles que vão até o camarim depois do show para uma foto e um autógrafo. São eles que vêm aí.

sexta-feira, 7 de agosto de 2009

Pelas Tabelas: Romulo Fróes e Curumin, uma improvável parceria


Romulo Fróes se aproximou de Curumin por uma questão prática. Ia gravar o seu segundo disco e queria que algumas músicas tivessem bateria. Através de um amigo comum, foram apresentados e já nesse primeiro encontro rolou o convite por parte de Romulo, prontamente aceito por Curumin. No estúdio, instruído por Romulo , Curumin concebeu o que Romulo chama de bateria de 7 cordas introduzindo ritmos quebrados, estranhos ao samba tradicional.

Vem daí uma certa resistência que os sambistas mais antigos foram nutrindo em relação ao som de Romulo até chegarem ao ponto de abandoná-lo. Cão não foi levado aos palcos por falta de banda, mas também porque quando finalmente o disco foi lançado, Romulo já não estava mais interessado naquele conjunto de canções. Hoje, reconhece que era um disco de transição entre o samba triste de Calado e as múltiplas convenções musicais que viria a desafiar e desconstruir acompanhado por um power trio roqueiro em No Chão sem o Chão, lançado este ano.

O elo entre um momento e outro, involuntariamente, acabou sendo Curumin. Embora não assine nenhuma das 33 composições inéditas do novo disco, Curumin é responsável direto pela nova identidade sonora de Romulo. Por exemplo, Minha Casa, originalmente um samba, foi transformado em um ska pela levada sugerida pelo baterista, conta Romulo. E se o álbum resultou em um conjunto de canções distante do universo musical de Curumin, permitiu a ele desfiar o mais impressionante repertório rítmico de um disco brasileiro em muito tempo.

A praia de Curumin é outra, e Romulo afirma isso com todas as letras revelando a decepção que o guitarrista Guilherme Held teve ao ouvir Japan Pop Show e verificar que as baterias deste disco diferem totalmente das de No Chão sem o Chão. O que os torna próximos é um desapego a escolas e tradições. Mais sobre essa característica e outras particularidades do som de um e de outro, podem ser vistas no Pelas Tabelas, logo mais a noite no Canal Brasil (21h).

No encontro entre os dois no estúdio YB, Romulo pegou uma guitarra, fato nunca antes visto, para tocar "Pra Quem Me Quer Assim" e "Amor Antigo". Na primeira Curumin o acopanha em um set de bateria reduzido, e na segunda, com uma escaleta. Juntos, fazem uma versão caótica de "Caixa Preta".

segunda-feira, 3 de agosto de 2009