quinta-feira, 8 de outubro de 2009

Finalmente deve sair o disco de estreia do Manacá

Trata-se de um dos casos mais estranhos e nebulosos do pop nacional o atraso no lançamento do disco de estreia da banda carioca Manacá. Gravado no final de 2007, quando a banda fazia parte do casting da Na Moral (do mesmo empresário que cuida das carreiras de Pitty e Marcelo D2), deveria ter saído em março de 2008, pela EMI, logo depois da participação da banda no Humaitá pra Peixe. Não saiu e aparentemente foi engavetado.

Boatos dão conta de que houve um desentendimento entre a banda e o empresário, que resultou no rompimento entre as duas partes, e, como retaliação, o segundo intercedera junto à gravadora para que o disco não fosse lançado e o contrato, invalidado. Os integrantes do Manacá jamais se manifestaram a respeito e o que há de verdade nesta história nunca foi esclarecido. Parece que em determinado momento, a própria banda passou a duvidar do lançamento e todas as músicas do disco foram disponibilizadas para audição no Myspace.

Nesse interim, a vocalista Letícia Persiles foi escalada para o papel de Capitu na minissérie global homônima baseada no clássico Dom Casmurro, de Machado de Assis. Músicas do Manacá foram incluídas na trilha sonora e surgiram especulações de que o disco seria lançado na esteira da série, para capitalizar em cima da exposição de Leticia. Não aconteceu e a própria passou a ser identificada antes como atriz do que como cantora pela mídia.

Passado quase um ano da exibição de Capitu e quase dois de sua gravação do disco, finalmente o disco vai sair. É o que indica o vídeo abaixo, produzido pela gravadora. A história renderia mais um estudo de caso sobre as razões do declínio das grandes gravadoras. Porém, a grande prejudicada acabou sendo a banda, que neste período apresentou-se poucas vezes ao vivo e frustrou os fãs numa espera vã, veja bem, pelo produto físico (o condenado CD). Agora, a banda, até então refém da gravadora, recebe os parcos benefícios que a indústria ainda é capaz de oferecer: um pequeno investimento em divulgação, materializado nesta peça audiovisual.



Que venha o disco e que a banda saia das sombras. O Manacá é uma banda necessária ao atual cenário do rock nacional, tomado por emos vitaminados pelo que resta da grana de uma indústria em extinção e do esquema desgastado de premiações de credibilidade duvidosa promovidos pelos beneficiários diretos de um sistema que teima em fingir que se sustenta quando na verdade tornou-se totalmente supérfluo para aqueles que se interessam pela boa música.

Um comentário:

Anônimo disse...

Manacá é que tem de mais interessante por vir. Gostaria de dizer a todos que o CD já saiu e já estou com o meu. Parece até que a EMI quis compensar o atraso colocando uma embalagem bem legal, que inclui uma arte notável e um encarte completo com letras e muitas fotos. Ah! tem show de lançamento agora no dia 29 de nov no estrela da lapa.