Era pra ter sido no Abril Pro Rock, em Recife, na sua pernambuco natal. O Rio teve sua chance, mas com a cena independente da cidade recolhida por falta de espaços para tocar, é natural que seja em São Paulo. Amanhã, Jam da Silva leva pela primeira vez aos palcos Dia Santo seu aclamado primeiro disco como artista solo, lançado no ano passado.
Será no projeto Prata da Casa, na choperia do Sesc Pompéia, às 21h. A banda que sobe com Jam ao palco é formada por Gustavo Corsi, (ex-Picassos Falsos) na guitarra, Garnizé (ex-F.U.R.T.O e Faces do Subúrbio) na percussão, Marcio Alencar no baixo e a francesa Marion Lemonnier no piano Rhodes, programações, escaleta e vocais.
Compositor gravado por Roberta Sá ("O Pedido", com Junio Barreto) e Elba Ramalho ("Gaiola da Saudade", com Maciel Salu), e parceiro de Marisa Monte em "Desterro" (com Marcelo Yuka), Jam chegou ao disco e agora aos palcos com linguagem própria, adquirida e cultivada em brincadeiras percussivas começadas adolescência, como integrante da orquestra popular do maestro Lima Neto.
Com a banda Dona Margarida e os Fulanos, nascida na efervescência da cena musical pernambucana, Jam experimentou o hip-hop. Mais tarde, veio a integrar a Orquestra Santa Massa, banda que acompanhou o DJ Dolores na gravação de seu primeiro disco (Contraditório).
Sua música não nega influências, sejam locais, como no aboio de "Chuva de Areia", ou exteriores, no hip-hop francês em "Samba Devagar", ou afrobrasileiras no cântico de candomblé de "Agô". É pop, mas não respeita o formato clássico da canção. Soa eletrônico, mas os arranjos são eminentemente orgânicos. Aquilo que a cabeça pensa e imagina é reprocessado pela lógica do movimento do corpo, como o próprio Jam explica:
"Na realidade eu sou um percussionista, eu uso a voz no disco de maneiras diferentes. Em "Mania" eu uso ela mais percussiva, "Samba Devagar" eu uso ela mais falada, "Dia Santo" eu uso ela mais melodicamente. Então tem vários tipos. É o jeito que eu posso me expressar com um movimento de corpo. A música que tá ali é movimento de corpo, é dança. A voz também faz parte disso. Eu não quero ser um cantor pop, não é isso o meu trabalho. É uma coisa de tentar passar o que eu tenho mesmo, que é o movimento do corpo."
É pop, mas não no formato clássico de canção, ou seja não é facil e direto. Ritmo, balanço e melodias, tudo misturado, às vezes em proporções desequilibradas - e por isso mesmo certeiras -, Jam levará ao palco amanhã em São Paulo.
Projeto "Prata da Casa" apresenta Jam da Silva
Data: 09 de junho (terça-feira)
Local: Choperia do SESC Pompéia (Rua Clélia, 93 - Pompéia - tel: 3871 7700)
Horário: 21 horas
Classificação indicativa: 12 anos
Ingressos: Grátis. Retirar convites no dia do espetáculo.
Capacidade: 800 pessoas
Acesso para deficientes – não há estacionamento
Informações: 0800-118220 ou www.sescsp.org.br
Antes tarde do que nunca, o Rio recebe Jam no dia 17 de junho, no Cinematheque.
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